Você Pergunta: Eu ouvi uma aula de um pastor sobre a Lei de Moisés e ele disse que o Sumo Sacerdote que entrava no tabernáculo, no Santo dos santos, no Dia da Expiação dos judeus, amarrava uma corda na perna para que, caso morresse ali, fosse puxado para fora. Isso é verdade?
Cara leitora, as regras para o serviço do Sumo Sacerdote e também dos sacerdotes que serviam no tabernáculo e depois no templo eram muito rígidas. Por exemplo, a lei de Moisés diz o seguinte:
“Então, disse o SENHOR a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre no santuário em todo tempo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; porque aparecerei na nuvem sobre o propiciatório” (Levítico 16:2).
Neste capítulo (Levítico 16), Deus estabelece que o Sumo Sacerdote só podia entrar onde estava a Arca da Aliança e o Propiciatório uma vez por ano. E para entrar ali deveria seguir diversas regras. Caso isso fosse descumprido certamente traria muitos problemas sobre si.
Temos de lembrar que os dois filhos de Arão, Nadabe e Abiú, morreram porque desobedeceram a essas regras, o que certamente trouxe muito temor a todos que realizavam aquele serviço.
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Precisamos pontuar primeiramente que não temos na Bíblia nenhuma orientação do próprio Deus, mandando amarrar uma corda na perna do Sumo Sacerdote. Portanto, essa tal corda, acaba por ser um elemento estranho que alguns acrescentam à Lei de Deus e que não faz parte dela.
Essa história de corda aparece na tradição rabínica dos judeus, certamente por conta do temor vindo da morte de Nadabe e Abiú.
O temor aqui é que o Sumo Sacerdote pudesse morrer ou até mesmo desmaiar em seu momento de realizar a cerimônia do Dia da Expiação, caindo ali no local onde o acesso era proibido até para os sacerdotes.
E se acontecesse algo assim com ele, como poderia ser socorrido, já que era proibido outras pessoas entrarem ali? É daí que surge essa história de corda amarrada na perna do Sumo Sacerdote!
Esse Dia da Expiação era um dos principais e mais importantes dias dentro da lei de Moisés, pois era quando havia uma oferta de animais pelo pecado de todo o povo, havia uma expiação geral pelo pecado da nação, que era perdoado por Deus:
“Isto vos será por estatuto perpétuo, para fazer expiação uma vez por ano pelos filhos de Israel, por causa dos seus pecados. E fez Arão como o SENHOR ordenara a Moisés” (Levítico 16:34).
Mas será que essa história era verdadeira? O que sabemos é que se não consta nas orientações da Lei na Bíblia, então, não era algo legítimo a ser feito.
Porém, será que Deus aprovaria um elemento a mais não ordenado por Ele fazendo parte dessa cerimônia? Aqui temos duas opiniões diferentes:
Alguns pensam que sim, que essa seria uma permissão de Deus e que se baseia no zelo das pessoas em cumprir a lei de não entrar ali (no Santo dos santos) caso ocorresse algo com o Sumo Sacerdote que conduzia a cerimônia.
Nesse caso teríamos uma conceção de Deus, pois o objetivo das pessoas seria ser mais zelosas pelas coisas do Senhor. Então, não haveria problemas no uso da tal corda.
Já outros pensam que essa corda não seria permitida, já que não seria possível que o Sumo Sacerdote morresse ou desmaiasse exatamente ali, pois o próprio Deus não iria expor as pessoas a entrarem no lugar proibido, fazendo-as pecar, havendo, nesse caso, uma impossibilidade de isso acontecer exatamente naquele lugar, o que faz o uso da corda ser desnecessário!
Esses diferenciam a morte de Nadabe e Abiú, que foi em um local onde puderam ser socorridos (mas morreram mesmo assim). Sendo assim, se Deus precisasse punir o Sumo Sacerdote, não o faria dentro do Santo dos santos.
Pessoalmente gosto mais dessa segunda interpretação, pois não acho que a Lei de Deus seria falha ao ponto de permitir que uma pessoa morresse em um local onde não pudesse ser tirada ou socorrida.