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O “olho por olho dente por dente” é um conceito de justiça muito comum na antiguidade. Significa que a vítima que sofreu algum dano deveria ser reparada na mesma medida.

A origem da lei do “olho por olho, dente por dente” surgiu na Mesopotâmia por volta de 1.770 a.C. Existia uma tábua de pedra chamada de código babilônico de Hamurabi, que se tratava de um conjunto de leis que foram criadas antes do período da lei de Moisés.

Detalhe do código e Hamurabi que se encontra no Museu do Louvre em Paris

Nesse código havia a lei de Talião – ou lei de retaliação – onde dizia que se um homem tivesse um olho arrancado por alguém, este que arrancou deveria ter o olho arrancado. Ou se alguém quebrasse os dentes de outra pessoa, este que quebrou deveria ter os seus dentes quebrados. Era o olho por olho, dente por dente.

Por mais chocante que pareça, tanto a lei de Moisés quanto o código de Hamurabi tem a mesma base: punir na mesma proporção do crime executado de uma maneira eficaz e sem excessos.

“Olho por olho, dente por dente” na Bíblia

Esse código de ética também estava presente no Antigo Testamento. Deus orientou Moisés a pôr na lei judaica (Êxodo 21:23-24, Levítico 24:20 e Deuteronômio 19:21).

Apesar de parecer extrema, a lei era aplicada por um juiz e servia de referência para um julgamento justo e sem excessos. Ainda assim, a lei de Deus não permitia a vingança nem a justiça com as próprias mãos (Levítico 19:18, Deuteronômio 32:35).

Veja: O que a Bíblia diz sobre vingança?

Diferente do que pode parecer, a lei não promovia a barbárie e havia dispositivos para que não houvesse injustiça (Êxodo 21:28-30 e Números 35:22-25).

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O que Jesus disse a respeito do “olho por olho, dente por dente”?

Na época de Jesus, a lei do “olho por olho, dente por dente” estava em vigor. Jesus, como um judeu, obedeceu às leis para trazer libertação e não o jugo da condenação (Mateus 5:17).

No Sermão da Montanha, Jesus falou a respeito do “olho por olho”. Cristo disse aos que receberem um tapa no rosto que oferecessem a outra face (Mateus 5:38-39) e se caso alguém tomasse a túnica que também entregassem a capa (Mateus 5:40).

Com isso Jesus ensinou o valor do perdão e do amor em relação à lei. Ele mesmo praticou toda a lei e se entregou dando a sua vida pela a nossa (1 João 2:2). Com Jesus o “olho por olho” já não fazia mais sentido, pois todos acabaríamos cegos (Romanos 10:4).

Justamente por sermos alcançados pelo o amor de Deus através de Jesus, devemos agir com amor e misericórdia (João 13:34). Como seguidores de Cristo – mesmo em caso de injustiça – não devemos retribuir o mal com o mal, mas sim o mal com o bem (Romanos 12:19-21).

Justiça com as próprias mãos é crime!

Com o passar dos séculos, a antiga lei se tornou um ditado popular e até hoje é muito comum ouvirmos a expressão “olho por olho” quando o assunto é vingança.

Infelizmente, ainda no nosso tempo ouvimos noticias de linchamento – e até execução – por parte de populares em uma espécie de “tribunal popular”. Casos como este costumam ser praticados – equivocadamente – em lugares onde a sensação de falta de justiça está presente, levando as pessoas fazerem justiça com as próprias mãos.

Veja: O que Deus diz sobre julgar as pessoas?

Qualquer tipo de “justiça” fora da legalidade é crime. Não faltam casos de pessoas inocentes serem punidas ou mortas por engano sem condições de provarem a sua inocência. Devemos nos afastar do espirito de acusação, espírito de vingança e confiarmos na justiça de Deus, que é perfeita (Romanos 1:17). Hoje temos condições de reivindicarmos os nossos direitos através da justiça de uma maneira legítima e sem excessos.

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