O centurião romano tinha sobre si a responsabilidade de comandar uma centúria, um grupo destacado de até 100 soldados.
O posto de centurião equivale a de um capitão de exército numa hierarquia militar. O império romano tinha muitos grupos destacados – centúrias – em suas províncias e regiões dominadas.
Os centuriões tinham um papel importante no modo de dominação romana. Cabia ao centurião organizar o recolhimento dos impostos e garantir a ordem local das províncias.
Alguns centuriões foram citados na Bíblia e tiveram destaque em algumas passagens do Novo Testamento.
Jesus e o centurião de Cafarnaum
A fé do centurião de Cafarnaum é uma das passagens mais conhecidas do Evangelho (Lucas 7:1-10).
O centurião enviou alguns líderes judeus ao encontro de Jesus, para lhe pedir que curasse o seu servo (Lucas 7:2-3). A Bíblia registra que este centurião tinha uma boa relação com os judeus, chegando a permitir a construção da sinagoga da cidade (Lucas 7:4-5).
Jesus aceitou o pedido e se dirigiu a casa do centurião. Perto de chegar, Jesus foi surpreendido por mensageiros. Os homens relataram que o centurião não se achava digno de ser visitado pelo Messias e que fosse enviado uma ordem, pois o oficial cria na autoridade de Jesus (Lucas 7:6-8).
Jesus ficou surpreso e disse “que nem em Israel tinha encontrado tamanha fé”. Os mensageiros quanto retornaram a casa encontraram o servo já restabelecido (Lucas 7:9-10).
Cornélio, o centurião
Cornélio, o centurião, foi o primeiro estrangeiro – gentio – a se converter ao cristianismo. A história da sua conversão está escrita no capítulo 10 de Atos dos Apóstolos.
Cornélio era um centurião romano e residia em Cesareia, capital da Judeia. O oficial era uma homem piedoso e temente a Deus (Atos dos Apóstolos 10:1-2). Por meio de uma visão, um anjo que lhe disse que Deus tinha aprovado as suas ações e que trouxesse Pedro a sua casa (Atos dos Apóstolos 10:3-5).
Da mesma forma, Deus deu uma sinal a Pedro de que ele seria procurado por um gentio. A visão de Pedro tratava-se de um banquete que descia do céu contendo animais impuros segundo os costumes judaicos (Atos dos Apóstolos 10:11-14). Com o banquete a sua frente, Deus ordenou a Pedro matasse e comesse os animais, mas o apóstolo relutou. Na segunda vez, Deus disse a Pedro “Não chame impuro ao que Deus purificou” (Atos dos Apóstolos 10:15).
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Pedro depois ser encontrado – e ciente do sinal – aceita o convite de Cornélio. Na casa, Cornélio conta a sua experiência com Deus e o apóstolo revela a Palavra ao centurião que fica cheio do Espírito Santo (Atos dos Apóstolos 10:24-48). Diante daquele mover, Pedro e os outros discípulos tiveram a certeza de que a Palavra de Deus alcançaria a todos e não somente os judeus (Atos dos Apóstolos 11:17-18).
Paulo e o centurião Júlio
Outro centurião citado na Bíblia foi um homem chamado Júlio. Júlio era centurião do Regimento Imperial, responsável por conduzir o Paulo a Roma (Atos dos Apóstolos 27 e 28).
No meio da viagem, Paulo aconselhou o centurião para não prosseguir devido ao risco de tempestade, mas Júlio preferiu dar ouvidos ao piloto do navio (Atos dos Apóstolos 27:10-11). Depois desse momento a tripulação enfrentou uma grande tempestade, mas Paulo afirmou que todos se salvariam (Atos dos Apóstolos 27:23-25).
Em meio ao naufrágio e depois de ter ignorado os conselhos do apóstolo, o centurião preservou a vida de Paulo e permitiu que ele e os pressos nadassem em direção a praia (Atos dos Apóstolos 27:42-44). Apesar da terrível experiência, todos chegaram a salvo na ilha e nenhuma vida se perdeu como Paulo havia dito.
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