Ungir significa o ato de derramar óleo em alguém ou algo, destacando o objeto ou pessoa para uma finalidade específica.
O ato de ungir com óleo simbolizava consagração, separação do ungido ao exterior. No Antigo Testamento, Deus ordenou a Moisés que ungisse alguns utensílios específicos do tabernáculo. Também no Velho Testamento, Deus estabeleceu que ungisse pessoas levantadas como reis, profetas e sacerdotes.
A unção é a consequência do ato de ungir. Antigamente ao ungir uma pessoa, esta era separada para um determinado propósito. Toda autoridade concedida através do ato de ungir era chamada de unção. A unção conferia poder para exercer uma função determinada.
Veja: O que é a Unção de Deus?
O ungido é o indivíduo que passou pelo o ato de ungir, exercendo sua função designada. Na antiguidade toda autoridade espiritual ou pública – como um rei – era um ungido.
Ungir pessoas
Ungir não era algo corriqueiro, exigia uma grande responsabilidade. No Velho Testamento, só se ungia pessoas escolhidas por Deus para um propósito especial: reis, profetas e sacerdotes.
Saiba: O que é consagração?
No levantar do tabernáculo Deus ordenou Moisés ungir Arão e seus filhos como sacerdotes do templo, consagrando cada um apenas para esta finalidade (Êxodo 40:13-15).
O primeiro rei de Israel, Saul, foi ungido pelo profeta Samuel (1 Samuel 9:16). Apesar da unção, Saul foi desobediente, acarretando o afastamento do Espírito de Deus – autoridade – do seu reinado. Rejeitando Saul, Deus ordenou que Samuel preparasse o óleo da unção para ungir Davi (1 Samuel 16:13).
Veja: Quem foi Davi?
Além de sacerdotes e reis, também há exemplo de unção de profetas no Velho Testamento. Elias ungiu Eliseu para sucedê-lo como profeta (1 Reis 19:16). O profeta Elias também ungiu Hazael como rei da Síria e Jeú, filho de Ninsi, como rei de Israel.
Ungir objetos
Vemos também no Velho Testamento que Deus ordenou Moisés que ungisse os utensílios do templo para separá-los e consagrá-los: “Unja com o óleo da unção o tabernáculo e tudo o que nele há; consagre-o, e com ele tudo o que lhe pertence, e ele será sagrado” (Êxodo 40:9).
O ato de ungir simbolizava a consagração desses objetos, mas não tornavam esses utensílios milagrosos.
Esta prática ficou restrita ao Velho Testamento quanto aos objetos do tabernáculo. No Novo Testamento não há nenhuma direção para ungir objetos. Jesus nos deu acesso direto ao Pai e nos tornamos o templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6:19).
Jesus, o ungido de Deus
Nos Evangelhos do Novo Testamento temos a chegada do Ungido de Deus, Jesus Cristo (Lucas 4:18-19). Como ungido de Deus, Jesus cumpriu o papel de rei, profeta e sacerdote com plenitude e perfeição.
- Jesus Rei – Como Rei dos reis, anunciou o Reino de Deus na terra (João 18:36-37).
- Jesus Profeta – Anunciou as Boas Novas do Evangelho transmitindo a vontade de Deus para com os homens (Mateus 23 e 25).
- Jesus Sacerdote – Se apresentou a Deus entregando a sua vida como sacrifício (Hebreus 2:17).
Após a sua vitória na Cruz e sua ascensão aos céus, Jesus nos deixou o Espírito Santo (João 14:16-17). A partir desta unção espiritual, todo aquele que crê em Cristo Jesus se torna um ungido, separado por Deus e recebendo o Espírito Santo (2 Coríntios 1:21-22).
Através desta unção fomos alcançados e não há mais distinção entre nós (Gálatas 3:26-28), todo aquele que aceitou a Cristo está sobre a mesma unção, permanente e imutável (1 Pedro 2:9).
Posso usar “óleo da unção”?
Não há nenhuma referência bíblica para ungir carros, casas, caixa de cigarros, contrato de trabalho entre outras coisas. O óleo de ungir não é uma poção mágica! Devemos ter muito cuidado para não inclinarmos o nosso coração para a prática do paganismo, da feitiçaria, depositando a nossa fé em qualquer simpatia e não em Jesus Cristo.
Saiba: O que a Bíblia diz sobre Bruxaria e Feitiçaria?
Há um trecho em Tiago 5:14-15 que diz: “Entre vocês há alguém que está doente? Que ele mande chamar os presbíteros da igreja, para que estes orem sobre ele e o unjam com óleo, em nome do Senhor. A oração feita com fé curará o doente; o Senhor o levantará. E, se houver cometido pecados, ele será perdoado.”
O trecho não define com clareza se era um óleo para unção ou um óleo com propriedades medicinais comuns na antiguidade. O ato não ocorre na igreja, os presbíteros vão ao encontro do doente impossibilitado (Tiago 5:14). Tiago é bem claro ao dizer que ” a oração feita com fé curará o doente” e não o óleo.
Somos templo do Espírito Santo (1 Coríntios 3:16-17), consagrados e separados por Deus. Já não é mais necessário ungir coisas e pessoas, pois quem aceita a Cristo se torna um ungido de Deus (1 Pedro 2:9).