Você Pergunta: Vi em um vídeo seu que você menciona sobre condenação no inferno! Parece-me que você não estudou bem isso! As palavras traduzidas por inferno na Bíblia significam morte ou sepultura e não tem nada a ver com um lugar de condenação das pessoas! Melhor você fazer um vídeo corrigindo isso!
Caro leitor, algumas coisas que você disse realmente são verdade. Existem aplicações de palavras na Bíblia, indicando a sepultura, a morte e coisas relacionadas a isso.
No entanto, isso não significa que o inferno não exista. Quando analisamos a estrutura de um texto, não analisamos somente os significados de uma palavra literalmente (e isoladamente) e isso basta!
Palavras têm seus sentidos literais, têm também sentidos figurados e ainda têm aplicações dentro dos contextos que vão indicar o uso e significados corretos delas ali.
Esse é exatamente o caso da palavra inferno em diversos versículos da Bíblia. Mas indo além da teoria, vamos à demonstração dessa realidade nos textos para que fique claro.
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(1) A alegação mais comum dos críticos sobre o inferno é que existe uma manipulação na Bíblia focada no uso dessa palavra para “empurrar” uma doutrina de uma punição eterna.
Os críticos entendem que a Bíblia sempre se refere à sepultura ou à morte, sendo assim, a morte seria o ponto final da vida do ímpio, não havendo quaisquer punições eternas, além da própria morte do corpo e da alma.
Por exemplo, usam textos como este: “e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno” (Apocalipse 1:18).
Inferno nesse texto vem do grego “hades”, que para os críticos seria melhor traduzido por sepultura. Ou seja, Jesus aqui estaria falando que Ele tem o poder de “matar”, de conduzir à sepultura.
(2) Mas existe um erro grave dos críticos do inferno: Ele desconsideram o contexto amplo da Bíblia. A Bíblia, em diversos textos, ensina que existe uma salvação eterna. E mostra que, em contraste a isso, existe uma condenação também eterna que supera a sepultura e a morte físicas.
Quando Jesus explica sobre o juízo que haverá, onde ele separará os cabritos (condenados), das ovelhas (salvos), ele conclui Seu ensino, dizendo:
“E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna” (Mateus 25:46)
Observe que temos nesse texto dois conceitos opostos, certo? A vida eterna é uma vida que continua depois da morte. Em oposição a ela, Jesus cita o “castigo eterno”.
Como o castigo eterno poderia ser “morreu e acabou”? Como isso é eterno? Morreu, acabou não representa um sofrimento eterno, mas uma aniquilação eterna que não tem embasamento na Bíblia!
Logo, o ensino de Jesus está falando de uma salvação eterna e também de uma condenação eterna que vai além do túmulo!
(3) Outro texto muito interessante sobre inferno está na história que Jesus contou a respeito do rico e Lázaro! Ambos morreram, ou seja, foram à sepultura:
“Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado” (Lucas 16:22).
Todos concordamos que eles morreram e desceram à sepultura. Porém, o que acontece depois disso?
“No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio” (Lucas 16:23).
Que estranho, não é mesmo? Como alguém poderia estar em tormentos se foi aniquilado pela morte? Como teria, inclusive, consciência disso?
(4) Quando Jesus está instruindo Seus discípulos sobre a dureza que será a perseguição, Ele os orienta a não ter medo, da seguinte forma:
“Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (Mateus 10:28).
Observe que Jesus ensina que não é preciso ter medo daqueles que não podem matar a “alma”, ou seja, a parte imaterial. Esses só podem atentar contra o corpo físico!
Jesus continua mostrando que quem precisa ser temido é Deus, pois Ele pode condenar tanto corpo quanto alma (todo o ser de uma pessoa)!
Fica cristalino que inferno nesse texto se trata de algo muito além de “morreu, acabou”! A aplicação da palavra não se refere apenas à morte ou sepultura! Pois se fosse, as pessoas deveriam temer (e muito), pois qualquer homem teria o poder de aniquilar uma vida, jogando-a na sepultura definitivamente, aniquilando-a!
Tudo isso mostra que os malabarismos feitos para negar a existência do inferno são infantis, pois desconsideram coisas básicas que a Bíblia ensina sobre vida eterna, sobre condenação, sobre sofrimento eterno!
Ninguém tem felicidade na existência do inferno. É por isso que todos os homens são chamados à mudança de vida, à conversão! Ninguém no inferno conseguirá levantar a voz e dizer que não foi merecido!