Você pergunta: Gostaria de entender melhor os significados e diferenças que a Bíblia faz quando ela usa as palavras oração, súplica, petição, clamor para mencionar a forma como um crente ora a Deus. Quais seriam as diferenças entre essas palavras e o que elas significam de forma prática na vida dos crentes?
Caro leitor, a Bíblia realmente menciona bastante essa relação íntima de um servo de Deus com Ele e expressa de muitas formas como isso era feito e como deveria continuar sendo feito pelos servos de Deus de todos o tempos. Iremos agora nos aprofundar no uso dessas palavras e aprender o que Deus queria que soubéssemos através do uso delas.
(1) Comecemos sobre a palavra mais usada e mais simples. Oração é uma das palavras mais usadas na Bíblia para falar sobre a prática do crente de falar com Deus. Vejamos um texto: “e tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis” (Mateus 21:22). Oração é falar com Deus, dirigir a Ele palavras ou pensamentos. Pode ser feita em particular ou em público. Ela pode conter em seu conteúdo diversas coisas, como pedidos, agradecimentos, intercessão, etc. É o ato mais simples de comunicação de alguém com Deus e é citada na Bíblia como um ato de comunhão e intimidade com Deus que deve existir diariamente na vida do crente. Paulo ensina: “Orai sem cessar.” (1 Tessalonicenses 5:17).
(2) A Bíblia menciona também a petição. Vejamos: “Chegue a minha petição à tua presença; livra-me segundo a tua palavra” (Salmos 119:170). Petição são pedidos feitos a Deus dentro da oração. A maioria do conteúdo de nossas orações costuma ser de petições a Deus. Pedimos saúde, pedimos por alguém, por uma cura, por uma vida melhor, por proteção, por ajuda em momento difíceis. A petição é incentivada na Bíblia, temos essa liberdade para fazer petições ao nosso Deus (Mateus 21:22), mas a Bíblia também diz que devemos ser sábios no pedir, pois é muito comum que façamos pedidos que não estão de acordo com a vontade de Deus e, evidentemente, não serão atendidos pelo Senhor: “pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres” (Tiago 4:3).
(3) Em muitos textos temos o uso da palavra clamor. Vejamos um exemplo: “Ouviste a minha voz; não escondas o ouvido aos meus lamentos, ao meu clamor” (Lamentações 3:56). Clamor vem de clamar e tem dentro dele vários significados. É um tipo de oração mais “urgente” que é feita geralmente em momentos difíceis e complexos da vida. Por exemplo, em Salmos 130:1 temos o salmista implorando pela ajuda de Deus “das profundezas”, ou seja, de uma situação extremamente grave que ele estava passando. Em Salmos 31:22 clamor é apresentado como um “grito” de socorro a Deus. Jonas 2:2 mostra o profeta usando o clamor a Deus (um grito, um pedido urgente, um implorar) para que Deus o livrasse da morte quando foi tragado pelo grande peixe: “e disse: Na minha angústia, clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; do ventre do abismo, gritei, e tu me ouviste a voz”. Sendo assim, o clamor é quando chamamos o nosso Deus, quando “gritamos” por Ele como alguém que precisa de um socorro urgente, quando imploramos pela intervenção Dele em algo muito importante, urgente e necessário para nossa vida. É uma oração que geralmente é carregada de muita emoção.
(4) Um texto muito conhecido onde nos é orientado a suplicar a Deus está em Filipenses 4:6: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”. A súplica é o ato de pedir com humildade e perseverança. Aquele que suplica sabe que precisa daquilo que pede, mas sabe também da sua posição diante de Deus, sabe quem é, seus erros, sua incapacidade, sua dependência. Isso faz com que se aproxime do Senhor com um coração quebrantado e humilde. A súplica também traz nela um pouco do que temos no clamor, ou seja, uma urgência, um grito, um pedido muito necessário, uma esperança de uma intervenção, de uma ajuda de Deus.
Quero concluir mostrando que a oração e todas as formas como pode ser feita são muito ricas de significado. Deus não se impressiona com palavras bonitas, pois vê o coração do que ora. Portanto, devemos buscar a cada dia nos apresentar a Deus com intimidade, usando a oração, a súplica, o clamor, a petição, no entanto, com um coração humilde que deseja se relacionar com o Deus da bênção e não como pedintes egoístas que desejam apenas um pedido resolvido, que desejam apenas a bênção de Deus e mais nada!