Você pergunta: Em alguns textos bíblicos temos a menção de prostitutos cultuais. Eu gostaria de entender melhor quem eram essas pessoas e o que elas faziam dentro do contexto bíblico.
Algumas expressões bíblicas às vezes nos trazem certa confusão por serem expressões que eram usadas em uma determinada época e hoje não são mais tão usuais quanto antes. Uma delas é a expressão prostitutos cultuais.
Entender quem eles eram vai nos ajudar a entender como as pessoas podem seguir a diversos deuses e se desviar de Deus em níveis terríveis.
Para entender o significado dessa expressão, vamos ver onde ela aparece na Bíblia. A expressão prostitutos cultuais aparece em quatro textos bíblicos (1 Reis 14:24; 1 Reis 15:12; 1 Reis 22:46 e Jó 36:14).
Vejamos um deles: “Havia também na terra prostitutos-cultuais; fizeram segundo todas as coisas abomináveis das nações que o SENHOR expulsara de diante dos filhos de Israel” (1 Reis 14:24).
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(1) Sabemos que prostituto ou prostituta é alguém que troca o ato sexual por alguma quantia em dinheiro ou alguma coisa que lhe traga vantagem em alguma coisa.
Porém, nos tempos do Velho Testamento não existia apenas prostitutas e prostitutos que vendiam seus corpos por dinheiro. Existia um tipo de prostituição que era relacionada com cultos religiosos, daí se chamar “cultual”, pois englobava cultos de adoração oferecidos a diversos deuses.
(2) Os prostitutos cultuais eram homens que ficavam nos templos de adoração pagãos (ou mesmo fora deles) e tinham a função de, através de atos sexuais, cultuarem diversos deuses e alcançarem “bênçãos” deles.
Na prática eles tinham relações sexuais com uma ou várias pessoas ao mesmo tempo, nos templos pagãos ou fora deles, a fim de que os deuses se alegrassem e trouxessem favores sobre eles, sobre aqueles que estavam buscando essas bênçãos.
Eles eram uma espécie de sacerdotes dos deuses que satisfaziam esses deuses através dos atos sexuais.
(3) Porém, não eram somente os homens que tinham essa prática. As mulheres também participavam. Existiam também as prostitutas cultuais que participavam das orgias nos templos de adoração pagãos como sacrifícios aos deuses ou mesmo prostitutas que se consideravam “sagradas” e ofereciam sexo por dinheiro como uma forma de culto aos deuses:
“Então, perguntou aos homens daquele lugar: Onde está a prostituta cultual que se achava junto ao caminho de Enaim? Responderam: Aqui não esteve meretriz nenhuma” (Gênesis 38:21).
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(4) Esse tipo de prática era tida por Deus como uma abominação (1 Reis 14:24), mas foi aceita em alguns momentos pelos israelitas quando eles estavam distantes de Deus. Esse costume maligno chegou a adentrar e contaminar o culto a Deus e foi realizado com algumas adaptações pelos filhos de Eli, Hofni e Fineias:
“Era, porém, Eli já muito velho e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o Israel e de como se deitavam com as mulheres que serviam à porta da tenda da congregação” (1 Samuel 2:22).
(5) Como Deus abominava as práticas dos prostitutos cultuais, Ele trouxe diversas vezes severo juízo sobre o povo de Israel por aceitar essas práticas e participar delas.
Deus também mostrou seu favor pelo rei Asa que exterminou toda essa prática do território israelita em seu reinado: “Asa fez o que era reto perante o SENHOR, como Davi, seu pai. Porque tirou da terra os prostitutos-cultuais e removeu todos os ídolos que seus pais fizeram” (1 Reis 15:11).
(6) Toda forma de prostituição é abominada por Deus, seja prostituição por dinheiro, seja prostituição quando se praticam atos sexuais ilícitos (adultério, fornicação, etc.), seja como os prostitutos cultuais faziam, seja a prostituição de trocar Deus por outros deuses.
Deus nos chamou para sermos santos e essas práticas são frutos malignos de vidas que estão longe dos caminhos de Deus.