Sadraque, Mesaque e Abede-nego eram três jovens judeus que foram recrutados por Nabucodonosor. Eles foram levados para a Babilônia por volta do ano 605 a.C., na mesma época que Daniel e Ezequiel.
Nas escrituras não há uma referência detalhada quanto à origem do trio ou uma abordagem especifica de cada jovem. Todas as quatorze vezes em que foram citados sempre são referidos juntos.
Segundo a Bíblia, Deus deu sabedoria e inteligência a Sadraque, Mesaque e Abede-nego para conhecerem todos os aspectos da cultura e da ciência (Daniel 1:17). Juntos, ajudaram Daniel a solucionar o misterioso sonho do rei Nabucodonosor (Daniel 2:17).
Com a capacidade dada por Deus, os três jovens e Daniel foram instruídos durante três anos a mando do rei da Babilônia (Daniel 1:4-5). Ao fim do treinamento, Nabucodonosor descobriu que Sadraque, Mesaque e Abede-nego eram dez vezes mais sábios do que todos os magos e encantadores do seu reino (Daniel 1:20).
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Apesar de administrarem a província da Babilônia e prestarem serviço a um rei estrangeiro, os três jovens não negaram a Deus em nenhum momento (Daniel 3:12). Nem quando foram condenados a fornalha ardente por não adorarem a estátua de ouro feita pelo rei babilônico (Daniel 3:16-18).
Daniel, Hananias, Misael e Azarias recebem novos nomes
Depois de Nabucodonosor ter invadido Judá – chegando a fazer do rei Jeoaquim seu vassalo (2 Reis 24:1) – o rei babilônico ordenou a Aspenaz chefe dos oficiais recrutasse alguns israelitas da família real e da nobreza para que trabalhassem no palácio.
A mando do rei, Aspenaz recrutou os jovens judeus e deu-lhes novos nomes babilônicos: a Daniel deu o nome de Beltessazar; a Hananias, Sadraque; a Misael, Mesaque; e a Azarias, Abede-Nego (Daniel 1:7).
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Além da mudança dos seus nomes, Sadraque, Mesaque e Abede-nego aprenderam a língua e a literatura dos babilônios. A alimentação também fez parte da adequação à nova cultura. O próprio rei Nabucodonosor designou uma porção diária de vinho e comida para os jovens (Daniel 1:5).
Apesar do tratamento de alto padrão a comida real era impura para os judeus, pois era dedicada a outros deuses. Daniel então negociou com Aspenaz – a quem tinha simpatia – para que pudessem comer apenas legumes e vegetais (Daniel 1:12-15). Apesar da dieta vegetariana, os quatro judeus tinham a aparência mais saudável que os outros jovens do palácio.
Sadraque, Mesaque e Abede-nego e a fornalha ardente
Apesar do aparente conforto, o ambiente do palácio sempre era hostil aos judeus e imprevisível devido o temperamento do rei. Em vários momentos a fé desses jovens foi colocada à prova. A mais emblemática certamente foi o livramento na fornalha ardente.
Nabucodonosor ergueu uma imagem de ouro de vinte e sete metros de altura na planície de Dura, na província da Babilônia. Na inauguração foram convidados todas as autoridades do seu reino (Daniel 3:2). Como parte da cerimônia, o rei Nabucodonosor decretou a ordem que todos os presentes deveriam colocar o rosto em terra e adorar a imagem construída ao soar da trombeta (Daniel 3:4-5).
Junto com a ordem foi dado um alerta: “quem não se prostrar em terra e não adorá-la será imediatamente atirado numa fornalha em chamas” (Daniel 3:6). No ato da cerimônia em que foi ordenado que houvesse o momento de adoração, os jovens judeus não se curvaram e foram denunciados por alguns astrólogos que estavam presentes no evento (Daniel 3:8).
Diante de um rei furioso, Sadraque, Mesaque e Abede-nego dão uma confissão de fé impactante: “Ó Nabucodonosor, não precisamos defender-nos diante de ti. Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos livrará das tuas mãos, ó rei. Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos teus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer” (Daniel 3:16-18).
Tal confissão inflamou a ira do rei, que mandou lançá-los na fornalha ardente com o calor sete vezes mais intenso do que o normal para aquele tipo de punição (Daniel 3:19). A fornalha estava tão quente que os soldados que lançaram os jovens no fogo morreram devido ao calor.
Milagrosamente Sadraque, Mesaque e Abede-nego caminhavam no meio da chamas! Além deste milagre outro fato alarmou Nabucodonosor: havia um quarto homem na fornalha. O rei descreveu a aparência deste quarto indivíduo como um “filho de deuses” (Daniel 3:24-25). Vale lembrar que o termo “filho de deuses” é uma referência que o rei tinha em relação a sua cultura e religião.
Quem era o 4º homem?
Existem duas linhas de interpretação relativas ao 4ª homem. Alguns estudiosos defendem que se tratava de um ser celestial, um anjo que esteve na presença dos três jovens. Outra linha – que é aceita por boa parte dos estudiosos e cristãos – é que o 4º homem se trata de Jesus Cristo pré-encarnado.
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O próprio Jesus disse em João 8:58 que “antes de Abraão nascer, Eu Sou!”. Ele é o Verbo que estava desde o início e nada é impossível para Ele. Aliada a esta visão, muitas pessoas também associam a profecia declarada em Isaías 43:2 sobre o Salvador a este milagre: “Quando você andar através do fogo, não se queimará; as chamas não o deixarão em brasas”.