Ana foi a mãe do profeta Samuel, era estéril, mas sua condição não a impediu de ter um filho. Ana certamente é uma das mulheres mais conhecidas na Bíblia, apesar de aparecer brevemente nos primeiros capítulos do livro de Samuel.
Uma virtude que nos chama a atenção é a sua fé e perseverança. Ana era uma mulher determinada, mesmo em um quadro adverso – por ser estéril – não desanimou e derramou toda a sua fé no Deus do impossível.
Outro ponto que podemos destacar foi quando recebeu a palavra do sacerdote Eli. Ana se posicionou em fé como se já tivesse alcançado seu objetivo em Deus. É possível constatarmos a sua gratidão e a firmeza das suas palavras depois de receber a bênção de Deus.
Ana e Penina
Segundo a Bíblia, Elcana – pai de Samuel – teve duas esposas: Ana e Penina. A poligamia era comum nos tempos do Antigo Testamento. Pelo o fato de Ana ser estéril, Elcana provavelmente se casou com Penina com o objetivo de ter descendentes. Com isso Penina teve filhos e filhas.
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O ambiente na casa de Elcana era conturbado. Penina se aproveitava do fato de Ana ser estéril para irritá-la (1 Samuel 1:6). A casa de Elcana vivia uma guerra familiar: as esposas são citadas como rivais. Não havia harmonia na casa e o fato de Ana ser a esposa preferida de Elcana gerava ainda mais ciúmes por parte de Penina (1 Samuel 1:5).
Temos um caso similar com os problemas causados pela poligamia na vida de Jacó, Lia e Raquel. Ana, assim como Raquel, também era estéril e esposa favorita. A rivalidade entre as esposas – que se estendeu no livro de Gênesis do capítulo 29 ao 49 – foi um grande problema na casa de Jacó.
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A oração de Ana
O ambiente de competitividade oprimia Ana. Apesar de ser amada pelo seu marido, ela se sentia triste, humilhada e muitas das vezes deixava de comer (1 Samuel 1:8).
Uma vez no templo – com a alma amargurada – Ana abriu seu coração a Deus e orou com todas as forças fazendo um voto: “Ó Senhor dos Exércitos, se tu deres atenção à humilhação de tua serva, te lembrares de mim e não te esqueceres de tua serva, mas lhe deres um filho, então eu o dedicarei ao Senhor por todos os dias de sua vida, e o seu cabelo e a sua barba nunca serão cortados” (1 Samuel 1:11).
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Enquanto orava silenciosamente – em prantos – Ana era observada por Eli, sacerdote do templo. Por julgar que estava embriagada o sacerdote a repreendeu dizendo: “Até quando você continuará embriagada? Abandone o vinho!” (1 Samuel 1:13-14).
Embaraçada, Ana explica a motivação da sua angústia e o sacerdote se retrata dizendo: “Vai em paz; e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste” (1 Samuel 1:17). Depois da palavra liberada por Eli, Ana já não tinha um semblante triste e se alimentou (1 Samuel 1:18).
Ana e Samuel
Ana era uma mulher de fé e compreendia que tudo dependia da vontade de Deus. E assim foi: Deus se lembrou de Ana e ela engravidou (1 Samuel 1:19-20). O menino recebeu o nome de Samuel, que significa: “Eu o pedi ao Senhor”.
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Ana dedicou a vida de Samuel ao Senhor. Para cumprir seu voto, apresentou o menino – já desmamado – ao sacerdote Eli e agradeceu a Deus pelo milagre concedido (1 Samuel 1:27-28). O agradecimento também veio em forma de oração em 1 Samuel 2:1-10, onde Ana declara a sua fé em Deus.
Ana e Elcana retornaram para casa em Ramá e Samuel ficou aos cuidados do sacerdote Eli servindo ao Senhor (1 Samuel 2:11).
O menino se dedicava a obra de maneira exemplar e todo ano Ana visitava Samuel e lhe dava uma túnica de linho feita pelas próprias mãos (1 Samuel 2:19). Em uma dessas visitas, o sacerdote Eli profetizou mais uma vez sobre a vida de Ana que teve mais 3 filhos e 2 filhas (1 Samuel 2:21).
O fato de Ana dedicar a vida do seu filho a Deus lhe rendeu ainda mais frutos. O pequeno Samuel cresceu nos caminhos do Senhor e se tornou um grande profeta e líder de Israel. Depois de abençoada Ana cumpriu o seu voto com Deus que derramou ainda mais bênçãos sobre sua vida.
Esse fatores que tornam Ana uma personagem marcante na Bíblia: mulher de fé, que lutou em oração e agarrou as promessas de Deus para a sua vida com determinação.
Ana, a profetisa
A Bíblia faz referência a uma segunda Ana no Novo Testamento, esta conhecida como ‘Ana, a profetisa’. Não há nenhuma conexão da Ana do Antigo Testamento com a Ana do Novo Testamento. Segundo o trecho bíblico no Evangelho de Lucas 2:36-37, a profetisa era filha de Fanuel, da tribo de Aser.
Era viúva e já tinha uma idade avançada. Quando José e Maria apresentaram o menino Jesus no templo, a profetisa teve a oportunidade de conhecê-lo e falou sobre o Messias aos presentes que esperavam a redenção de Jerusalém (Lucas 2:36-38).