Apóstolo significa “enviado”. Os apóstolos foram 12 pessoas que acompanharam Jesus e tinham intimidade com Ele. Jesus deu treino especial aos apóstolos, para anunciar o evangelho e fundar a Sua Igreja.
Os 12 apóstolos foram: Simão (Pedro), André, Tiago (filho de Zebedeu), João, Filipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus, Tiago (filho de Alfeu), Tadeu (Judas), Simão (o zelote) e Judas Iscariotes (Mateus 10:2-4; Lucas 6:13-16).
Eles acompanharam Jesus durante o Seu ministério e foram chamados para proclamar o evangelho ao mundo. Depois do Pentecostes, eles se tornaram os líderes da igreja primitiva, ensinando o que tinham aprendido com Jesus e criando uma base sólida para o crescimento da igreja.
Eles viajaram para outras terras e fundaram igrejas em muitos lugares, através dos seus testemunhos sobre Jesus e de milagres. Muita da informação dos Evangelhos provavelmente foi fornecida pelos apóstolos.
Simão Pedro
Simão era um dos discípulos mais próximos de Jesus e um dos apóstolos mais atuantes na expansão do Evangelho. A Bíblia revela muitos detalhes deste pescador de peixes que se tornou pescador de homens (Lucas 5:8). Simão nasceu em Betsaida (João 1:44), filho de Jonas (João), era pescador e sócio de Tiago e João, filhos de Zebedeu (Lucas 5:10). Trabalhava as margens do Mar da Galileia ao lado do seu irmão André que o apresentou ao Messias (João 1:40-41).
Jesus convidou Simão a segui-lo e o apelidou de Cefas – nome aramaico – que corresponde a Pedro no grego que significa “pedra”, “rocha” ou “cascalho” (João 1:42). Pedro – como foi apelidado – era um homem impulsivo, bruto, mas inconstante e teve que ser esculpido por Jesus.
Em sua primeira experiência com o Mestre – após o sermão no barco – Jesus pediu a Pedro que lançasse as redes. Pedro retrucou, mas obedeceu à palavra (Lucas 5:3-5). Ao puxar a rede, pescou uma grande quantidade de peixes. Mesmo com a ajuda do barco de Tiago e João quase foram a pique (Lucas 5:6-7). Depois desta maravilha, Pedro largou tudo e passou seguir a Jesus (Lucas 5:11).
Pedro tinha um dom para liderança e se tornou uma espécie “porta-voz” dos discípulos. Por esse talento, foi muitas vezes colocado a prova por Jesus (Mateus 17:24-27). Pedro sempre tomava a iniciativa e não exitava em fazer perguntas (Mateus 15:15; Mateus 18:21-22).
Pedro teve a sua sogra curada (Mateus 8:14-15). Pagou o imposto com o dinheiro encontrado na boca do peixe – (Mateus 17:24-27). Viu Jesus transfigurado (Mateus 17:1-2). Disse que só Jesus tinha a Palavra de Vida Eterna (João 6:68) e confessou que Jesus era o Cristo (Mateus 16:16).
Seu temperamento inconstante culminou em momentos altos e baixos. Assim como andou nas águas atendendo ao chamado de Jesus, afundou ao reparar as ondas (Mateus 14:28-31). Disse que não abandonaria Jesus (Marcos 14:29), acovardou- se e negou Jesus 3 vezes (João 21:15-17).
Chorou amargamente, reconheceu o seu erro (Mateus 26:75) e teve a oportunidade de confessar 3 vezes que amava Jesus (João 21:15-17). Numa ocasião, agiu como uma pedra de tropeço (Marcos 8:32), mas depois se tornou uma pedra fundamental na edificação da igreja (Mateus 16:18-20).
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Depois da sua genuína conversão e de receber o Espirito Santo (Atos dos Apóstolos 1:8), no seu primeiro sermão, converteu mais de 3 mil pessoas (Atos dos Apóstolos 2:40-41). Noutro momento, Pedro e João converteram 5 mil almas (Atos dos Apóstolos 4:4). Estão atribuídas a ele duas cartas do Novo Testamento ao apóstolo, 1 e 2 Pedro.
A autoridade com que pregava era a prova de sua transformação. De um homem inconstante passou a ser um forte pilar na pregação da Palavra. Pessoas de todas as redondezas procuravam o apóstolo para que pelo menos a sua sombra ao passar curasse os enfermos (Atos dos Apóstolos 5:15-16).
Cristo profetizou a respeito da sua morte, dizendo que o apóstolo glorificaria a Deus e seguiria os seus passos até o fim (João 21:18-19). A Bíblia não revela detalhes sobre o martírio de Pedro. Mas segundo a tradição, o apóstolo foi crucificado de cabeça para baixo por se recusar a ser martirizado da mesma forma que Jesus.
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Simão, o Zelote
Simão, o zelote (Marcos 3:18) – também conhecido como Simão, o cananeu ou Simão, o nacionalista – era natural de Caná da Galileia. Além da sua origem, pouco se sabe sobre o apóstolo. Tanto o termo “zelote” quanto o termo “cananeu” significam zeloso, cuidadoso.
A designação “zelotes” é o que pode dar mais informações quanto a personalidade de Simão. Os zelotes eram uma facção judaica radical que pregava a revolução armada contra os romanos nos tempos de Jesus.
Os zelotes criam num messias guerreiro, que conquistaria Jerusalém a força. É certo que Simão tenha mudado a sua visão ao ser discipulado por Jesus, servindo-o com fervor e zelo pela Palavra de Deus.
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Não há detalhes sobre a sua morte, mas segundo a tradição católica o apóstolo foi cortado ao meio por um serrote. Nos escritos de Hegésipo, o apóstolo teria sido martirizado aos 120 anos durante o império de Trajano.
Há outras versões improváveis que alegam que ele teria sido crucificado ou teria sido queimado numa fogueira, na Armênia.
João
O apóstolo João é popularmente conhecido como “o apóstolo do amor” ou “o discípulo a quem Jesus mais amava”, título proclamado pelo próprio (João 13:23 e João 21:20). Com Pedro e Tiago, João fazia parte do círculo íntimo de Jesus presenciando milagres e revelações.
João era o mais jovem de todos os 12 apóstolos, era filho de Zebedeu e irmão de Tiago. Ambos foram chamados por Jesus para o discipulado e apelidados por Cristo de boanerges, que significa “filhos do trovão” devido ao fervor dos irmãos (Marcos 3:17; Lucas 9:54).
O apóstolo escreveu o Evangelho segundo João, também conhecido como o Quarto Evangelho. Apesar de não se identificar, este Evangelho contém detalhes que somente alguém íntimo no círculo de Jesus poderia relatar. Além do Evangelho, o apóstolo escreveu 3 cartas que fazem parte do Novo Testamento (1, 2 e 3 João) e a revelação do Apocalipse. A alcunha “João Evangelista” se dá por este fato.
João foi o único apóstolo que acompanhou Cristo até a sua crucificação. No caminho da cruz, Cristo ao vê-lo, deu-lhe a responsabilidade de cuidar de Maria sua mãe (João 19:26-27). Depois de receber o Espírito Santo em Pentecostes (Atos dos Apóstolos 1:8), o apóstolo pregou com autoridade e ao lado de Pedro alcançaram milhares de almas.
Por ordens do imperador Domiciano, João foi levado cativo para a Ilha de Patmos onde recebeu a revelação do Apocalipse (Apocalipse 1:1-2). Após a morte do imperador o apóstolo retornou a Éfeso. Segundo a tradição, João morreu em 103 d.c. com 94 anos de causas naturais, o que era incomum na época.
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Tiago, filho de Zebedeu
Tiago também é tratado na tradição cristã como “Tiago, o Maior” – o mais velho – devido ao outro apóstolo, Tiago, filho de Alfeu – o mais jovem – ser conhecido como “Tiago, o Menor” (Marcos 15:40).
O apóstolo Tiago era filho de Zebedeu e Salomé. Era irmão do apóstolo João, ambos apelidados por Jesus de “filhos do trovão” ou boanerges (Marcos 3:17; Lucas 9:54). Tiago trabalhava no barco do pai em sociedade com Pedro e André, e foi nas margens do mar da Galileia que se tornaram discípulos de Jesus.
Ao lado do seu irmão João e de Pedro, Tiago fazia parte dos discípulos mais chegados a Jesus. Este trio esteve presente na ressurreição da filha de Jairo (Marcos 5:37), na transfiguração (Mateus 17:1-2) e no Getsêmani (Mateus 26:36-37).
Tiago foi o primeiro apóstolo a ser martirizado e o único a ter um registro bíblico sobre tal acontecimento. O apóstolo foi decapitado a mando de Herodes Agripa I, por volta do ano 44 d.C (Atos dos Apóstolos 12:1-2).
Vale salientar que o Livro de Tiago não é de sua autoria. A maioria dos estudiosos atribui a autoria a “Tiago, o Justo” o meio-irmão de Jesus.
Tiago, filho de Alfeu
Ao contrário de Tiago filho de Zebedeu, há pouquíssimos detalhes sobre a trajetória de Tiago, filho de Alfeu. Existe apenas 4 citações referentes ao apóstolo (Mateus 10:3; Marcos 3:18; Lucas 6:12-16; Atos 1:13).
Marcos Evangelista usou a expressão “Tiago Menor” – mikros em Grego – para distingui-lo do outro apóstolo de mesmo nome (Marcos 15:40). Provavelmente “Maria, mãe de Tiago” citada nos Evangelhos refere-se à mãe do apóstolo, que também seguia a Jesus (Mateus 27:56).
A tradição católica trata “Tiago, o justo” – o meio-irmão de Jesus – autor da epístola de Tiago e o apóstolo “Tiago, filho de Alfeu” como sendo a mesma pessoa, o que não pode ser provado biblicamente.
Outra teoria com pouca base é tratar o apóstolo Tiago como irmão do apóstolo Mateus – chamado Levi – (Marcos 2:14). Apesar de ambos terem pais com o mesmo nome – Alfeu – é perceptível que não se trata da mesma pessoa.
Assim como é controverso as informações sobre a sua vida, a sua morte também segue na mesma linha. Alguns estudiosos como Flávio Josefo, relatou que o apóstolo morreu apedrejado.
Eusébio de Cesareia fez um relato mais improvável, no qual diz que o apóstolo foi arremessado do Pináculo do Templo, sobreviveu e foi morto a golpes de pá de pisoeiro. Na tradição ortodoxa grega o apóstolo teria sido crucificado no Egito.
André
O apóstolo era irmão de Simão Pedro (João 1:40), ambos pescadores. André era discípulo de João Batista antes de se tornar discípulo de Jesus (João 1:35-40; Mateus 4:18).
O apóstolo era galileu da cidade de Betsaida (João 1:44). Apesar de judeu, o nome André é de origem grega e não há nenhum outro nome derivado do hebraico ou do aramaico. Quando encontrou Jesus, André tratou de apresentar o seu irmão Pedro ao Messias (João 1:41-42).
André é mencionado em diversos momentos importantes nos Evangelhos e era um dos discípulos mais próximos de Jesus com o seu irmão Pedro e os discípulos João e Tiago.
O apóstolo esteve presente no Monte das Oliveiras, quando Jesus revelou sobre o final dos tempos (Marcos 13:3-4). No milagre da multiplicação dos pães, foi André que disse a Jesus que havia um homem com uma cesta de pães e peixes (João 6:8-10).
André esteve presente na acensão de Jesus (Atos dos Apóstolos 1:3-5; Atos dos Apóstolos 1:13-14) e desempenhou um papel ativo na expansão da igreja Primitiva (Atos dos Apóstolos 6:2-4; Atos dos Apóstolos 8:1).
Segundo a tradição cristã, André foi crucificado em Acacia numa cruz em formato de “X” chamada de “Crux decussata”, popularmente conhecida como “cruz de santo André”.
Ainda segundo a tradição, os ossos do apóstolo estão guardados na cidade de Patra na Grécia. Também há outra versão que diz que este material se encontra na Escócia na cidade de Saint Andrews, país que tem a “cruz de santo André” como simbolo da bandeira.
Filipe
Filipe era galileu, natural de Betsaida (João 1:44). Seu nome é de origem grega – philippos – que significa “amante de cavalos”.
Depois de André e Pedro, Filipe foi a terceira pessoa a ser chamada por Jesus ao discipulado (João 1:43). Ao ter aceitado o chamado, Filipe falou a respeito de Jesus a Natanael que também se tornou discípulo (João 1:45-49).
Vale lembrar que o apóstolo Filipe e “Filipe, o Evangelista” citado em Atos são pessoas distintas. Fica claro em Atos dos Apóstolos 8:1-6 que os apóstolos – entre eles Flipe – resistiram a perseguição e permaneceram em Jerusalém. Já os outros irmãos se dispersaram pelas regiões da Judeia e de Samaria entre eles Filipe, o Evangelista.
O apóstolo participou de muito milagres, foi a ele que Jesus testou ao perguntar-lhe como alimentaria a multidão, no episódio da multiplicação dos pães e peixes (João 6:5-7). Foi Filipe que fez a ousada petição “mostra-nos o Pai, e isso nos basta” (João 14:8).
Segundo a tradição, este apóstolo exerceu seu ministério na Palestina, Grécia e na ásia menor, onde foi crucificado e apedrejado na Frígia, região turca no ano 80 d.c.
Mateus
Mateus era judeu, tinha boas condições financeiras e trabalhava como publicano – recolhendo os impostos para o império romano – o que era mal visto pela sociedade judaica. Foi exercendo esta função, que Jesus o chamou para segui-lo (Mateus 9:9).
Autor do Evangelho de mesmo nome, Mateus revelou muitos detalhes a respeito do ministério e da vida de Jesus. O apóstolo também é chamado de Levi nos Evangelhos de Marcos e Lucas (Marcos 2:13-14; Lucas 5:27-28).
Além do banquete oferecido a Jesus (Lucas 5:27-29), não há muitos detalhes a respeito do ministério de Mateus na Bíblia. Segundo a tradição ortodoxa e católica, o apóstolo teria sido martirizado na Etiópia.
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Bartolomeu (Natanael)
Há poucas referências na Bíblia sobre o apóstolo Bartolomeu, seu nome é mencionado apenas na lista de discípulos (Mateus 10:3; Marcos 3:18; Lucas 6:14-16; Atos dos Apóstolos 1:13).
Bartolomeu vem do aramaico que significa “filho de Talmay”, o nome também tem uma interpretação grega que significa “filho de Ptolomeu”. Nesta linha, muitos estudiosos acreditam que o nome Bartolomeu seja apenas uma referência patriarcal, assim como “Tiago, filho de Zebedeu” e “Tiago, filho de Alfeu”.
É de consenso dos estudiosos – desde o século IX – que Bartolomeu seja Natanael citado no Evangelho de João. Nesta linha, Natanael seria o seu nome e Bartolomeu uma referência patriarcal. Um vestígio que contribui para essa interpretação, está na divisão dos discípulos citados nos Evangelhos. O apóstolo Filipe fazia par com Bartolomeu nos Evangelhos sinóticos, já no Evangelho de João, Filipe é citado ao lado de Natanael.
Tendo Natanael como fonte de pesquisa, obtemos mais detalhes sobre o apóstolo. João relata no Evangelho a forma como o discípulo teve o seu primeiro contato com Jesus. Filipe encontrou Natanael e disse que esteve com o Messias prometido, Jesus de Nazaré (João 1:45). A reação de Natanael foi curiosa: “Nazaré? Pode vir alguma coisa boa de lá?” (João 1:46).
Ao ser desafiado por Filipe a encontrá-lo, Natanael foi surpreendido pela forma que Jesus o recebeu, dizendo: “Vejam, aí está um israelita em quem não há falsidade” (João 1:47). Embaraçado, Natanael perguntou a Jesus de onde o conhecia, Cristo disse que antes que Filipe o chamasse, Ele o viu debaixo da figueira (João 1:48). Surpreso, Natanael professa: “Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!” (João 1:49).
Vale destacar o detalhe simbólico colocado por João, “debaixo da figueira” era o lugar ideal para a meditação da Palavra de Deus (1 Reis 4:25). Jesus conhecia Natanael desde quando O buscava nas Escrituras.
O apóstolo esteve na pesca milagrosa em que Cristo – ressurreto – se mostrou aos discípulos (João 21:1-2) e foi citado em Atos depois da ascensão de Jesus aos céus (Atos dos Apóstolos 1:13).
Segundo alguns registros – que não estão na Bíblia – o apóstolo Bartolomeu pregou pela Ásia menor até a Índia e teria sido esfolado e crucificado de ponta a cabeça em Albanópolis, na Armênia. Há outra versão que alega que o apóstolo foi açoitado até a morte.
Tomé
O apóstolo Tomé também conhecido na Bíblia como Dídimo que significa “gêmeo” em grego (João 11:16; João 20:24, João 21:2). Esta designação aponta que Tomé provavelmente teria um irmão gêmeo, mas a Bíblia não identifica se tal irmão foi um discípulo de Jesus.
Há poucos detalhes sobre a trajetória do apóstolo. Ele é citado poucas vezes na Bíblia, apenas nos Evangelhos e numa pequena citação em Atos dos Apóstolos. Apesar de poucos detalhes, podemos perceber a personalidade de Tomé: um homem sincero, mas pessimista e incrédulo em certos pontos.
No episódio no qual Jesus decide retornar à Judeia – sob ameaça de ser apedrejado, para ressuscitar Lázaro, Tomé faz um comentário a respeito da decisão: “Vamos também para morrermos com ele” (João 11:16).
Num segundo momento, Jesus confortava os seus discípulos a respeito da sua missão e Tomé perguntou: “Senhor, não sabemos para onde vais; como então podemos saber o caminho?”. Jesus respondeu “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (João 15:15-16).
Quando Jesus ressuscitou e se apresentou aos discípulos, Tomé não estava presente (João 20:24). Ao ser informado do extraordinário acontecimento, Tomé reagiu de forma descontente e disse que só creria em tal fato se Jesus aparecesse diante dele (João 20:25). Tomé ansiava em ver Jesus, mas a ansiedade se transformou em incredulidade.
Uma semana depois, Jesus apareceu a Tomé, mostrou as suas marcas e assim o discípulo certificou que o Mestre tinha ressuscitado (João 20:27-29). Jesus o repreendeu pelo fato de ter crido somente ao vê-lo dizendo: “Pare de duvidar e creia” (João 20:27). A repreensão nos deixa um grande ensinamento quanto a fé na Palavra de Deus.
Saiba:O que é fé?
Segundo a tradição, Tomé teria pregado o Evangelho na Síria e na Índia onde foi martirizado em 72 d.c. Apesar de ser popularmente conhecido como “o discípulo incrédulo”, Tomé nos deixa o exemplo para crermos na Palavra de Deus em espirito e em verdade.
Judas Tadeu
Judas, que significa Judá, era um nome comum nos tempos de Jesus. Existem poucos detalhes sobre o apóstolo e muitas teses a respeito do seu nome.
Nos Evangelhos de Mateus e Marcos, Judas é identificado como Tadeu – ou Lebeu – que significa “Judas de Tiago” (Marcos 6:3; Mateus 13:55). No Evangelho de Lucas (Lucas 6:16) e em Atos (Atos dos Apóstolos 1:13), seu nome aparece como “Judas, filho de Tiago”.
A tradição católica defende a tese que “Judas de Tiago” seria o irmão de Jesus, aquele que escreveu a carta no Novo Testamento (Judas 1:1). Já a tradição protestante, respeita o termo literal “Judas, filho de Tiago” distinguindo de Judas, o irmão de Jesus.
Fica claro na Bíblia, que também houve um grande esforço por parte dos escritores em diferir Judas Tadeu de Judas Iscariotes. João Evangelista utilizou a expressão “Judas, não o Iscariotes” para identificar o apóstolo (João 14:22).
Na Última Ceia, Tadeu perguntou a Jesus quando se daria a manifestação pública de Cristo ao mundo (João 14:22). Até aquele momento os discípulos não entendiam que Cristo se revelaria através do Espírito Santo.
Depois da ressurreição de Cristo, Tadeu esteve presente com os outros apóstolos em diversos momentos, como no Pentecostes (Atos dos Apóstolos 2:1-4) e na escolha de Matias no ministério apostólico (Atos dos Apóstolos 1:13).
Segundo a tradição, o apóstolo Judas Tadeu teria evangelizado na Judeia, Samaria, Idumeia, Síria, Mesopotâmia e Líbia antiga. Teria sido martirizado no ano 70 d.c, linchado a golpes de lança, machado e porrete.
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Judas Iscariotes
Judas Iscariotes foi o discípulo que traiu Jesus Cristo. Judas era filho de Simão Iscariotes (João 6:71), seu nome está ligado ao lugar de origem “Judas, homem de Quiritote” cidade citada no Antigo Testamento (Jeremias 48:24; Jeremias 48:41; Amós 2:2).
Curiosamente, Judas é o discípulo com o maior número de citações nos Evangelhos – 20 vezes – depois de Simão Pedro. Outro detalhe, é que seu nome foi sempre mencionado por último, entre os discípulos.
Judas Iscariotes estava encarregado da administração do dinheiro (João 13:29). Apesar de tal responsabilidade, o discípulo costumava furtar os valores recolhidos (João 12:6).
Foi Judas Iscariotes que ofereceu um plano aos sacerdotes para entregar Jesus (Marcos 14:10-11; Lucas 22:4-6). Em troca, Judas recebeu uma quantia de 30 moedas de prata (Mateus 26:14-16).
Na celebração da Páscoa – a Última Ceia – Jesus falou que seria traído por alguém que estava à mesa (Mateus 26:20-22). Judas rapidamente se defendeu dizendo: “Com certeza não sou eu, Mestre!”, Jesus afirmou: “Sim, é você” (Mateus 26:25). A traição foi consumada na mesma noite no Getsêmani. Judas, ao lado de líderes religiosos, beijou Jesus entregando-O para ser preso e morto (Mateus 26:47-49; Marcos 14:43-46).
Com remorso, Judas tentou devolver o dinheiro aos sacerdotes, o que foi rejeitado (Mateus 27:3-4). Dominado pela culpa, Judas jogou o dinheiro dentro do templo e saindo, enforcou-se. (Mateus 27:5).
Com as moedas descartadas, os sacerdotes compraram um terreno e fizeram um cemitério para estrangeiros chamando de “Campo de Sangue”, visto que foi comprado com preço de sangue (Mateus 27:6-8).
Em Atos dos Apóstolos 1:18, Lucas Evangelista diz que Judas adquiriu o campo e morreu no mesmo lugar de forma trágica, cumprindo o que fora dito pelo profeta Jeremias (Mateus 27:9-10).
Os relatos se complementam, provavelmente Judas devolveu o dinheiro aos sacerdotes, que compraram o campo em seu nome. Judas foi para esse mesmo campo, onde se enforcou e seu corpo apodreceu.
Veja: Quem foi Judas Iscariotes?
Houve outros apóstolos?
Sim, houve mais apóstolos. Depois que Judas Iscariotes traiu Jesus e cometeu suicídio, os outros apóstolos lançaram sortes para escolher uma pessoa para tomar seu lugar. A pessoa escolhida foi Matias, que também tinha acompanhado Jesus durante todo o Seu ministério (Atos dos Apóstolos 1:26).
Paulo de Tarso também foi considerado um apóstolo. Ele não acompanhou o ministério de Jesus mas O viu glorificado em uma visão depois que ressuscitou. Ele se converteu e pregou o Evangelho a muitos gentios. Seu trabalho foi reconhecido como o trabalho de um apóstolo (Atos dos Apóstolos 14:14).
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A Bíblia também lista Barnabé, Andrônico e Júnias como apóstolos (Romanos 16:7). Provavelmente foram pessoas que aprenderam de Jesus ou dos primeiros apóstolos e que espalhavam o evangelho com a mesma autoridade.
Ainda há apóstolos?
O título de apóstolo está ligado diretamente a pessoas que viram Jesus quando estava na terra. Atualmente, o nome apóstolo é utilizado fora do contexto originário e não havendo controle sobre a utilização do termo.
Mas todo o cristão é enviado por Jesus para anunciar o Evangelho às pessoas a sua volta. Quem obedece a esse mandamento segue nos passos dos apóstolos, que deram tudo para que muitas pessoas conhecessem Jesus.