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Você Pergunta: Estou em dúvida sobre uma contradição que li em provérbios 26:4-5. Em um verso diz “não respondas ao insensato” e no verso seguinte diz “respondas ao insensato”. Não entendi nada sobre esse ensino, pois parece totalmente contraditório. Pode me dar uma luz sobre o significado disso?

Caro leitor, esses dois versos de Provérbios, de fato, já trouxeram muita dúvida para muita gente, principalmente porque parecem muito contraditórios. Vejamos:

“Não respondas ao insensato segundo a sua estultícia, para que não te faças semelhante a ele. Ao insensato responde segundo a sua estultícia, para que não seja ele sábio aos seus próprios olhos” (Provérbios 26:4-5).

Seria um tanto estranho que uma coletânea de ensinos de sabedoria cometesse um erro infantil de colocar em sequência dois ensinos contraditórios, concorda?

Isso nos leva a pensar que temos ali um ato intencional, de colocar daquela forma sequencial dois ensinos para chamar a atenção para duas verdades fundamentais que veremos a seguir.

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Responda ao insensato e não responda ao insensato

(1) Quem é o insensato muito citado em Provérbios? Em Provérbios ele representa alguém sem juízo, sem sabedoria, tolo. Alguém distante de Deus, arrogante, com pretensões malignas muitas vezes.

O primeiro verso, Provérbios 26:4, vai dar um motivo para não responder a insensatos em determinadas situações. Ele diz: “para que não te faças semelhante a ele”.

Esse “para que” nos indica que quando provocados de alguma forma por algum insensato e desejarmos responder de alguma forma, não podemos usar o mesmo tipo de insensatez.

O apóstolo Pedro ensinou esse princípio, dizendo o seguinte: “não pagando mal por mal ou injúria por injúria…” (1 Pedro 3:9).

Ou seja, temos aqui um filtro que os sábios devem usar: se o pensamento em responder ao insensato nos levar a querer dar uma resposta também insensata, então, não devemos responder, pois ele terá conseguido seu objetivo em fazer um sábio se rebaixar a um nível de insensatez grandioso!

Logo, o insensato, nesse caso, conseguiu trazer um sábio ao nível dele mesmo, o que é algo triste, que traz de certa forma uma “vitória” ao insensato.

Então, em casos assim, o sábio deve se calar, não deve dar qualquer tipo de resposta, pois, agindo assim, estará desconsertando o insensato, derrotando-o com o silêncio.

(2) A segunda orientação, agora em Provérbios 26:5, já tem um foco diferente, ele manda responder ao insensato, dizendo o seguinte: para que não seja ele sábio aos seus próprios olhos”.

Esse outro “para que” nos indica agora um foco diferente. O sábio poderá responder ao insensato em determinados momentos, da maneira correta, para que fiquem claras as más pretensões dos insensatos.

Só que a resposta aqui tem caráter pedagógico e não de vingança. É por isso que o apóstolo Pedro, completando a orientação que lemos, diz:

“…antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança” (1 Pedro 3:9).

O sábio que consegue controlar suas emoções vingativas e consegue enfrentar o insensato com o bem, da melhor forma, consegue “humilhar” as pretensões do insensato, conforme Provérbios também ensina:

“Se o que te aborrece tiver fome, dá-lhe pão para comer; se tiver sede, dá-lhe água para beber, porque assim amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça, e o SENHOR te retribuirá” (Provérbios 25:21-22).

Deus chama os sábios a se posicionarem, mas não de qualquer forma, tem de ser da forma de Deus, no poder de Deus e não usando o mal como base, como fazem os insensatos em suas provocações.

(3) Dessa forma, o sábio de Provérbios ensina que devemos ter “sangue frio” para analisar quando responder a uma provocação de um insensato.

Em alguns momentos, será melhor se calar, manter-se longe para que o insensato não se gabe de ter humilhado um sábio, pegando-o na armadilha da provocação que gera respostas ímpias daquele que deveria estar acima desse tipo de comportamento!

Já em outros momentos, o sábio, elegantemente, com controle emocional e com seu espírito ciente das verdades ensinadas pelo Senhor, responderá de uma maneira que deixará claro quem é quem!

Nesse caso, a resposta correta vai expor as malignidades dos insensatos e ficará bem claro que eles não são os sábios na situação!

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